Captação de recursos via dívida: o que é e como funciona?

Captação de Recursos

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Por Leonardo Monteiro
O que é?

Realizar uma captação de recursos em forma de dívida significa levantar e mobilizar capital de terceiros para manter e desenvolver negócios, seja para investimentos em novos projetos, aquisição de maquinário, investimento em capital de giro e assim por diante. Muitas vezes, a captação de recursos é vista como uma dentre as opções estratégicas disponíveis, mas existem situações nas quais ela é altamente recomendável para a sobrevivência ou desenvolvimento das companhias – inclusive como forma de aumentar o retorno do capital investido pelos acionistas.

É importante ter em mente que o processo de captação não necessariamente busca “dinheiro novo”, pois grande parte das captações estruturadas de recursos (sobretudo em grandes e médias empresas) são feitas para substituir dívidas já existentes. Nesses casos, as companhias geralmente buscam um reperfilamento (ajustes nos montantes e prazos dos pagamentos para alinhamento com o fluxo de caixa operacional), uma redução de custo ou ainda, uma melhoria de aspectos como garantias oferecidas/necessárias e covenants (obrigações) assumidos.

 

Quais as possíveis fontes externas de recursos?

O capital de terceiros na forma de dívida pode ter várias fontes, como bancos, gestoras de investimentos, entidades de fomento, fornecedores e clientes (como nos casos de alguns FIDCs), entre outros. Podendo até vir de uma captação pulverizada, através de oferta no mercado de capitais.

A escolha de quais dessas diversas fontes serão incluídas em um processo de abordagem, é uma das tarefas em que a necessidade de uma assessoria financeira fica mais evidente, uma vez que cada fonte possui uma capacidade, uma preferência quanto aos tipos de estruturas e oportunidades, um apetite de risco, entre diversos outros fatores que devem ser levados em conta na seleção de potenciais credores.

 

Como funciona a Captação de Recursos?

Um processo estruturado de captação de recursos – com a devida generalização para atender os diversos formatos de captação – costuma ter as seguintes etapas:

  • Definição dos potenciais credores que serão abordados;
  • Conversa inicial de apresentação da oportunidade e envio de material introdutório – teaser;
  • Assinatura de acordo de confidencialidade – NDA;
  • Envio de um pacote de informações, incluindo relatórios/modelos financeiros nos padrões de mercado;
  • Organização de reuniões, retirada de dúvidas e evolução da discussão dentro da estrutura do potencial credor;
  • Recebimento, avaliação e negociação de ofertas indicativas – termsheets/NBOs;
  • Due diligence (se aplicável);
  • Negociação dos parâmetros finais;
  • Trâmites regulatórios e distribuição (em caso de emissões no mercado de capitais);
  • Fechamento da operação.

Se achou esta estrutura parecida com as etapas para realização de um M&A, é porque ela é uma estrutura comum à diversos processos competitivos, em que o gradual afunilamento com interessados resulta em acordo(s) de grande relevância. Até mesmo grandes acordos de fornecimento têm fluxo similar.

Agora que você já aprendeu o conceito de captação de recursos, a diversidade de potenciais fontes e o desenho de um processo de captação, pode ser interessante analisar algumas diferenças e vantagens/desvantagens ao escolher entre uma captação de recursos e ou um M&A para o seu negócio.

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